Tanta gente
chama de paraíso um país tão rico de corrupção, mentira e destruição. Se
o chamássemos de paraíso maldito ou filme de um roteiro mal escrito, onde os
vilões são os mocinhos e os bandidos são os heróis, não estaríamos traindo a
verossimilhança.
Meus Deus,
quem escreveu o roteiro desta vida real? Quem estabeleceu essas regras chulas
cheias de injustiças?
Há quem
diga que nós somos os culpados por mal escolhermos esses demônios disfarçados
de anjos que usam black-ties; há quem diga que empresas dotadas de gigantescos
poderes persuasivos são as culpadas; há quem diga que a democracia aqui não
passa de uma cortina (ou máscara?) que esconde o verdadeiro sistema social.
Não é por
mal que sorrio ao assistir às propagandas políticas quando vejo rostos tomados
por expressões que denunciam seus reais interesses. Tais portadores dessas
intrigantes inverdades têm plenas convicções que lidam com idiotas ou com
amnésicos. Pensam isso ao prometerem coisas obviamente possíveis e fáceis de
serem cumpridas, porém impossíveis quando se enchem de adornos; entre eles,
asas que os deixam acima de nós.
Mas não
somos amnésicos! Eles também não! Sobra muita falta de consciência nesses
senhores “donos da situação” e portadores das chaves que abrem as portas do
abismo (para nós entrarmos e para eles saírem).
Não entendo
como estes heróis (da liga da injustiça) conseguem deitar suas cabecinhas
(dotadas de más intenções) em seus travesseiros (pena de ganso – caríssimos) e
dormir tranquilamente sem sentir o peso (ao menos de uma dessas penas de ganso)
em suas consciências.
A verdade é
que somos vítimas das cortinas que escondem os escombros que assombram os que
sonham em ter uma vida digna, justa e à prova de falsos redentores...
Nosso
paraíso precisa de anjos que guardam – nem precisam usar black-ties – e não de
anjos que atentam e corrompem.
Um dia
pretendo chamar isso aqui de PARAÍSO... Por enquanto continuo refletindo se
vivemos num paraíso maldito ou num inferno abençoado.
Vero
Fernando