domingo, 11 de dezembro de 2011

O Medo

     
Muitos têm medo da traição, da violência, de expressarem-se e até mesmo das letras...
Do que você tem medo?
Esse medo te faz bem ou te faz mal?
Ele protege-me de mil venenos (até os dos bares) e de pessoas que se disfarçam com diversas fantasias: anjos, amigos, políticos, preocupados, conscientes, inovadores e humoristas...


E se o processador parar e o medo aumentar? Mude! E trace uma meta escolhendo bem a direção. Mas vá devagar, pise no freio. Porque o destino é muito mais importante que a velocidade...
Se o medo a ti chegar e, de fato te dominar, teu mundo vai parar. Então, lentamente, sem fazer barulho, recorte esse medo e cole-o no naqueles destemidos para o crime. Mas cole aqui, onde houver alguém que pretende te dar o direito de respirar um ar impuro.
O medo processou e o processador parou? Continue. Faça o medo processar e o tenebroso ser processado. 
Tenha apenas medo de ser enganado! Mas não demonstre. Tema em sigilo! Você pode usar a força que o silêncio tem como uma gritante arma.

Qual o teu maior medo? Medo do escuro? 
Será o escuro da alienação, o escuro da tecnologia, o escuro causado pela explosão solar ou o claro vácuo escuro de uma BR em plena meia-noite?
Será que o sol nasce mesmo do medo que as pessoas têm da escuridão? Será que o mal vem do medo? 

Eu tenho medo de todos os medos cultivados por todas as gerações.

Um medo quando é exposto, te engole, te reduz ao pó, te decompõe, te põe debaixo da terra ou a mil metros acima dela.
Mas como chegar tão alto se tens medo de altura?
Tenho um metro e oitenta e uma acrofobia essencial! 
E esse medo (sigiloso) de altura me fez enxergar, lá (ou aqui) do alto, as coisas certas e erradas daqui (ou de lá) da terra. Ele então é minha arma e não meu esconderijo. Mas às vezes me sinto num esconderijo desarmado... 

Outro medo me faz bem: o de cobras. Um medo que faz questão de arrastar-se atrás de mim (em pleno estado de conservação) há 20 e poucos anos e trouxe-me (e traz) melhores conceitos denotativos e conotativos da palavra cobra.
E, ainda assim, eu tenho medo de todos os medos cultivados por todas as gerações.

Tantas cobras, tanta escuridão, tanta tecnologia... 
Tantos cobras, ideias geniais, tanta meritocracia...
Serpentes da ciência e da tecnologia em busca de um apagão: injeção de elétrons, prótons e nêutrons - escuridão anunciada há mais de 2 mil anos.
O medo faz bem. O medo faz mal. O medo é um sentimento normal(?). 

Se ele existe, precisamos saber conduzi-lo e usá-lo ao nosso favor ou contra, a todo vapor.

Mas com tanto medo e insegurança, a essa altura da vida, daqui a pouco cairemos.

E parece que não adianta ter nada, não adianta ter alma. O mundo é de quem quer o que quiser ou de quem quer o que queremos que elas queiram.

Pelo medo ou pela falta dele, há mais de dez mil orações, e o sol agora expõe o sal. E  precisamos aprender a viver antes que vivamos sem temer ou temamos sem viver. E precisamos aprender a morrer antes que morramos sem saber. Assim como precisamos domar e adestrar nossos medos.

Eu continuo sentindo medo de todos os medos cultivados pelas gerações.

Está escuro aqui! Melhor esperar lá fora!


Vero Fernando

2 comentários:

  1. Caralhooo! Delirei aqui!

    Parabéns!

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  2. Esse texto é fascinante! Muito bom, muito bom mesmo!
    Parabéns Vero!

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"Minha Vida é Tão Confusa Quanto a América Central. Por isso Não Me Acuse De Ser Irracional..."